26/12/2011

SOU DONO DO MEU NARIZ

Um dia desses, durante uma conversa com alguns amigos, enquanto todos opinávamos sobre o que seria melhor uns para os outros, me dei conta do quão controladores e intransigentes nós tendemos a ser. Claro que na maior parte do tempo nossas atitudes “dominadoras” não são premeditadas ou intencionais.      

Penso realmente que a ideia de ter o controle e conhecimento de tudo é algo que faz parte da natureza humana, e uma prova disso é que uma das maiores expectativas que nutrimos na nossa adolescencia é a de nos tornarmos adultos. Isso se deve em grande parte à vontade que temos de nos tornar independentes, ou, “donos do nosso próprio nariz”.


Devido à essa natureza – a mesma natureza que levou Adão e Eva ao pecado no Édem – temos uma tendência de não apenas querer controlar a nossa vida, mas também, muitas vezes, de controlar a vida de todo mundo. Sem nos darmos conta vivemos tentando influenciar as pessoas de acordo com nossa interpretação de certo e errado, melhor ou pior. Não quero invalidar a importância de tentarmos ajudar os outros, mas penso que é importante termos consciência de que nem sempre aquilo que é melhor para nós é realmente o melhor para todos à nossa volta. Uma coisa é ser dono do seu nariz, e outra, é ser dono do nariz de todos.


O escritor e historiador americano Will Durant certa vez disse O problema da maioria das pessoas é que elas pensam com suas esperanças, seus temores ou desejos, e não com suas mentes”. Este é o problema!!! Ao tentarmos “dirigir” as vidas dos outros, invariavelmente o faremos baseados em nossas experiências, expectativas e até mesmo em nossas ansiedades, fracassos e frustrações. Tendo estas referências pessoais em mente, ao conversarmos com outros muitas vezes esquecemos que um episódio, bem ou mal-sucedido em nossa história pessoal, por exemplo, não precisa necessariamente se repetir na história de outros.


Penso que ao tentarmos convencer as pessoas “impondo” nossos pensamentos, ideias e conceitos, estaremos, dentre outras coisas, deixando de amá-las verdadeiramente, pois não às estaremos respeitando da maneira como são, pensam, e vêem a vida e o mundo.


Lembre-se: o amor não constrange, não impõe, não desrespeita, não busca seus próprios interesses.     

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