08/04/2011

SOCIEDADE, “ESCOLA” DE VIOLÊNCIA

          
              A tragédia recentemente ocorrida em uma escola no Rio de Janeiro, novamente, suscita algumas questões. Neste momento muita gente (imprensa, polícia, peritos, especuladores, etc.) se pergunta, e nos pergunta: “onde foi que o assassino aprendeu a manusear o armamento; como foi que ele conseguiu as armas e a munição usadas para matar as pessoas; teria ele recebido algum tipo de treinamento militar; de onde vem tanta violência”?
             A resposta à estas perguntas é muito óbvia. NÓS PROPICIAMOS TUDO ISSO (e muito mais) em nosso mundo cada vez mais globalizado e ávido por produção, rendimento, lucros. Em nossa ânsia por “ganhar” a vida, e, quem sabe até, ganhar da vida, nossas crianças recebem cada vez menos nossa atenção, carinho e educação, e cada vez mais são “adotadas” por uma mídia que todos os dias despeja sobre eles toneladas de material violento. Ninguém precisa receber treinamento militar. Basta praticar “homicídios virtuais” através de vídeo games de última geração, e se inspirar nos ídolos hollywoodianos que sem nenhuma misericórdia, em poucos segundos inundam as telas das TV’s e cinemas de sangue.
              Já vai longe o tempo em que assistir televisão ou ir ao cinema representava nada além de um momento de entretenimento ingênuo em companhia de amigos e familiares.
             Inúmeros estudos apontam para o fato de que o ser-humano em formação, ou seja, todos nós, se desenvolve na medida em que influencia e é influenciado pelo meio em que vive. Partindo deste pressuposto, me parece óbvio que tudo que vemos desde muito cedo nas telinhas de computadores, televisão, cinema, etc., tem sim um poder muito grande de nos influenciar, tanto para o bem, quanto para o mal. 
            Penso não ser novidade para ninguém minimamente atento que a televisão por exemplo, tem produzido efeitos sobre nossas vidas cada vez mais dignos de reflexão e preocupação.
            Enquanto psicólogos, intelectuais e outros profissionais tentam explicar a grande escalada de violência dos últimos tempos nós permitimos, a nós mesmos e a nossos filhos sermos “ensinados” sobre como matar, esquartejar, torturar, explodir, mutilar, etc., tudo isso no conforto de nossos lares.
              Apesar de vários estudos e estatísticas demonstrarem os diversos impactos negativos dos conteúdos e do tempo de exposição à estes conteúdos da TV, ainda preferimos que estas programações entretenham nossas famílias.  
              Há algum tempo lí (me perdoe, mas não lembro onde) que uma criança americana por exemplo, ao completar 18 anos terá assistido a cerca de 200.000 (é isso mesmo, duzentos mil) atos violentos e em torno de 16.000 assassinatos somente na TV, sem contar internet, cinema e vídeo game.
              Não sou puritano, nem quero apenas me aproveitar de uma situação tão trágica para, simplesmente, publicar mais um dentre tantos artigos que estão “bombardeando” a todos nós nestes dias. Eu apenas acho que enquanto nós, cidadãos, simplesmente “cruzarmos” as pernas, e ficarmos afundados confortavelmente na letargia de nossas poltronas do papai assistindo nossos filhos serem “treinados para matar” por “exterminadores do futuro”, “rambos” e outros “heróis”, episódios infelizes como o do Rio de Janeiro estarão cada vez fadados a acontecer.

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele”. – Provérbios 22:6

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